Físico brasileiro abriu caminho ao Nobel
(Jornal Correio do Povo, quarta-feira 10 de outubro de 2007, p.8)
Prêmio concedido a um francês e um alemão veio no rastro do trabalho de Mário Balbich, o primeiro a descrever o fenômeno.
O Prêmio Nobel de Física deste ano reconhece a importância da tecnologia usada para ler dados nos discos rígidos de computadores, o que permitiu que esses discos fossem miniaturizados na última década. Os ganhadores são o francês Albert Fert e o alemão Peter Grumberg, pela descoberta da magnetorresistência gigante (GMR), o fenômeno pelo qual pequenas diferenças em um campo magnético provocam grandes diferenças na resistência elétrica, em um sistema preparado adequadamente.
O físico brasileiro Mário Norberto Balbich foi o primeiro cientista a descrever o fenômeno, em artigo publicado na revista Physical Review Letters, em 1988. Ele trabalhava no laboratório de Fert, na Universidade Paris-Sul, na França, quando realizou as primeiras medições da mudança na resistência elétrica de materiais formados por camadas alternadas,com poucos átomos de espessura, de metais magnéticos e não-magnéticos. Balbich que atualmente é membro do Instituto de Física da UFRGS, descobriu que a resistência variava de forma impressionante, mesmo com campos magnéticos pouco intensos.
O processo de criação de materiais com GMR envolve nanotecnologia, a manipulaçao de materiais no nível de alguns poucos átomos. A GMR foi adotada como tecnologia para a leitura de discos rígidos de computadores a partir de 1997. Nesses discos, a informação,registrada magneticamente, tem de ser convertida em corrente elétrica. "O desenvolvimento dos computadores mostrou, nos últimos anos, que essa foi uma contribuição importante", disse Peter Grumberg, pouco depois de receber a noticia de que partilharia o prêmio com Fert. Os dois dividirão uma quantia equivalente a 1,5 milhão de dólares.
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